O Bradesco anunciou em março que lançaria ainda em 2018 um cartão bastante exclusivo para seu segmento premium. A princípio, seria um cartão para substituir o American Express The Platinum Card, que ao longo dos últimos anos perdeu muitos dos seus benefícios depois que passou a ser administrado pelo Banco.
Esta semana, o Bradesco apresentou seu cartão para o mercado, o Bradesco Visa Aeternum. Ele oferece uma porção de benefícios, mas nada extraordinário como esperávamos.
ANUIDADE
O cartão é voltado para clientes Private Bank. Há quem diga que é preciso ter, no mínimo, R$ 10 milhões aplicados no banco para receber o convite para o cartão, que tem anuidade de R$ 1.500. É a anuidade mais cara dos cartões Bradesco, R$ 150 a mais do que o The Platinum Card da American Express.
BENEFÍCIOS
Segundo a tabela de benefícios que consta no site do Bradesco, o cartão conta com: Bradesco Cartões Lounge, Lounge Key, Serviço de Concierge, Visa Luxury Hotel Collection, Seguro médico de emergência incluindo Tratado Schengen, Seguro de acidentes em viagens, Seguro de garantia estendida, Seguro atraso de bagagem, Seguro atraso de viagem, Seguro proteção Preço, Seguro de Bagagem extraviada, Seguro de Aluguel de automóvel.
SALAS VIP
Aparentemente, os seguros são bem parecidos com outros cartões premium do mercado, como o Master Card Black ou até mesmo o próprio Amex The Platinum Card emitido pelo próprio Bradesco.
Mas quando o assunto é acesso à Salas VIP, o cartão fica devendo muito por se tratar de um cartão diferenciado voltado ao segmento de alta renda. Apesar de indicar que o cartão possui convênio com Lounge Key, serão oferecidos apenas 6 acessos gratuitos às salas Lounge Key para o titular. Os demais acessos serão cobrados U$ 27.
O cartão também dá acesso aos lounges Bradesco (Curitiba, Congonhas, Guarulhos, Santos Dumont), assim como o Amex e os cartões Nanquim.
OPINIÃO
Considerando o investimento mínimo de R$ 10 milhões no banco para poder receber um cartão Aeternum, fica difícil entender onde o Bradesco quer chegar. Tenho certeza que com todo esse dinheiro, o cliente poderá ter o cartão que quiser, e existem outras opções melhores no mercado com benefícios melhores.
Se levarmos em conta apenas o uso de Salas VIP, o cartão não agrega absolutamente nada já que o Master Card Black do próprio Bradesco oferece uso ilimitado de salas Lounge Key por uma anuidade mais baixa com praticamente os mesmos benefícios e consequentemente mais fácil de isentar a taxa pelo uso do cartão.
Para ter uma ideia, cartões Diners Club emitidos agora pelo Itau possuem mais de 700 salas VIP no mundo com acesso gratuito por 20% do valor da anuidade. Sem contar que as salas parceiras Diners Club são quase sempre as mesmas do Lounge Key em qualquer aeroporto do mundo. E você não precisa ter dinheiro aplicado no banco para solicitar um.
A ideia parece boa, o problema é a falta de visão dos administradores de cartões de crédito. Quem tem um cartão assim,não quer apenas uma forma de pagamento e sim exclusividade desde ter um cartão reservado a poucos, até ter mimos e atendimento altamente diferenciados e é nisso que a maioria dos bancos pecam com o tempo. Começam colocando um atendimento telefônico horrível só pra pagar pouco para os atendentes.Depois,para vender os cartões, os gerentes acabam “enfiando” em gente que não tem perfil pra te-lo. A medida que o cartão vai se popularizando o público alvo deste segmento acaba se desapontado e procurando outros produtos.Falta a maioria dos bancos entender que sofisticação não se resume a um cartão bonito e serviços que dificilmente se usará e sim em serviços do dia a dia que realmente fazem a diferença na hora de escolher o cartão.
Concordo 100% contigo. Vejamos o exemplo do The Platinum Card emitido nos EUA. Um verdadeiro cartão premium que o Bradesco fez o favor de transformar em uma espécie de Nubank.